Cidades de 2500 anos foram encontradas na Amazônia

Cidades de 2500 anos foram encontradas na Amazônia e atualmente estão ocultas sob a vegetação da floresta, povoados interligados por estradas abrigavam até 30 mil habitantes no Equador, uma quantidade comparável à população de Londres na era romana. Essa rede de habitações e campos revelou-se mil anos mais antiga do que descobertas arqueológicas anteriores.

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A concepção de que a Amazônia tinha uma população reduzida antes da chegada dos europeus está perdendo credibilidade. Arqueólogos identificaram um complexo de cidades antigas, que acolheu milhares de habitantes há aproximadamente 2.500 anos, e que agora permanecem ocultas sob a densa cobertura florestal.

Décadas atrás, nos anos 1970, o arqueólogo Stéphen Rostain descobriu vestígios de estradas e montes de terra ancestrais em regiões remotas da floresta equatoriana. Por meio de mapeamentos conduzidos com uma tecnologia que emprega sensores a laser, montados em uma aeronave que explorou extensas áreas, foi possível desvelar o que estava anteriormente oculto sob a densa cobertura arbórea.

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Imagem feita por sensor a laser utilizado para a identificação – Foto: Antoine Dorison/AP/picture alliance

Os povoados localizados no Vale do Upano, no leste do Equador, foram habitados entre aproximadamente 500 a.C. e 300 a 600 d.C., coincidindo, em termos de cronologia, com o período do Império Romano na Europa.

Essa ocupação remonta a mais de mil anos antes de qualquer outra sociedade complexa documentada na Amazônia. Em comparação, Machu Picchu, no Peru, por exemplo, foi construída no século 15.

 

COMO ERAM ESSES LOCAIS?

Cinco extensos assentamentos foram identificados no coração da floresta amazônica, cobrindo uma área estimada de 300 quilômetros quadrados. No centro desses assentamentos, uma praça foi descoberta. Essas antigas cidades indicam que as civilizações que ocuparam essa região no passado não eram nômades, mas sim habitavam centros urbanos bem estruturados, complementados por campos agrícolas.

Esses locais evidenciam a presença de diversos cultivos, incluindo mandioca, milho, feijão e batata-doce, corroborando descobertas anteriores de escavações na área. Além dos cinco principais, foram identificados outros dez assentamentos menores. As construções em madeira compreendem mais de 6 mil plataformas de terra, com uma média de 2 metros de altura. A maior delas atinge 5 metros, sugerindo que poderiam ter sido utilizadas para propósitos cerimoniais, conforme a interpretação dos estudiosos.

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A região está situada sob a influência de um vulcão, proporcionando solos férteis para a agricultura, embora também possa ter contribuído para a eventual decadência da sociedade.

Estradas amplas e retas conectavam as cidades entre si, enquanto ruas percorriam as áreas residenciais e os bairros de cada assentamento. As vias principais, algumas com 10 metros de largura, se estendiam por distâncias de 10 a 20 quilômetros.

Com base no conjunto de evidências descobertas, embora seja desafiador determinar um número exato, estima-se que pelo menos 10 mil indivíduos habitavam essas antigas cidades amazônicas. Dado o conhecimento limitado sobre essas comunidades e suas práticas, podemos afirmar que essa descoberta marca o início de um novo capítulo na exploração da história da América do Sul.

 

O QUE FOI UTILIZADO PARA O MAPEAMENTO?

A recente descoberta no Equador foi viabilizada através do uso da tecnologia de mapeamento conhecida como Lidar. Essa técnica possibilita que os pesquisadores enxerguem por entre a densa cobertura florestal e reconstruam os sítios arqueológicos antigos que se encontram sob ela.

A revelação de uma rede urbana tão antiga no Vale do Upano destaca a diversidade há muito tempo subestimada das culturas antigas na Amazônia, que os arqueólogos estão apenas começando a desvendar. Recentemente, evidências de sociedades na floresta tropical, que antecederam o contato europeu, foram encontradas em outras partes da Amazônia, incluindo o Brasil e a Bolívia.

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Essas descobertas ressaltam a diversidade cultural há muito ignorada nas antigas sociedades amazônicas, adicionando uma rica camada ao entendimento da história regional. Além disso, elas reforçam a importância de métodos inovadores, como o Lidar, na exploração de sítios arqueológicos em ambientes densamente florestados.

Em um cenário mais amplo, essas revelações recentes no Equador, juntamente com descobertas similares em outras partes da Amazônia, desafiam preconceitos acadêmicos e abrem novos capítulos na narrativa histórica da América do Sul. Estamos apenas começando a desvendar os segredos dessas civilizações antigas, e as perspectivas futuras prometem uma compreensão ainda mais profunda das complexidades culturais e sociais que moldaram a Amazônia ao longo dos milênios.


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